Battlefield: Bad Company 2 é um jogo superior a Call of Duty: Modern Warfare 2.
É, foi exatamente isso que eu disse. Não pretendo me defender usando nuanças ou fazendo ressalvas. Ao contrário de muitos críticos, não vou tentar me proteger alegando que os dois são jogos igualmente bons,
É claro que os dois são jogos excelentes, mas ninguém seria honesto se respondesse "não faz diferença" quando lhe perguntam se prefere parar para comer no McDonald¿s ou no Burger King. (Outras analogias aceitáveis: Toscanini vs. Von Karajan, Boston Red Sox ou New York Yankees, Ginger ou Mary Ann.)
Quando se trata de grandes produtos do mercado de massa, todo mundo tem seu favorito. E no que tange à mais recente geração de jogos de combate pessoal, eu considero que Bad Company 2, lançado recentemente pela Electronic Arts para Windows, Xbox 360 e PlayStation 3, é um jogo mais sofisticado, de maior imersão, muito mais divertido e simplesmente mais interessante que Modern Warfare 2.
Acho que esse telefone que estou ouvindo tocar deve ser uma ligação de Bobby Kotick, presidente-executivo da Activision Blizzard e diretor da série de jogos Call of Duty, para me informar que vai comer meu coração no café da manhã, amanhã cedo, enquanto contempla sua maravilhosa coleção de arte. Está bem, estou só brincando sobre a suposta ameaça de churrasco de ventrículo. Mas as paixões envolvidas na disputa entre a Electronic Arts e a Activion são muito intensas, e a disputa pela lealdade e o dinheiro dos adeptos dos videogames é certamente feroz, já que os usuários dedicam milhões de horas ao dia a esses jogos.
A série Call of Duty, afinal, vendeu mais de 55 milhões de cópias e gerou mais de US$ 3 bilhões em receita no varejo ao longo dos últimos sete anos. O mais recente dos títulos da série, Modern Warfare 2, foi o maior sucesso comercial de 2009, e já se tornou um dos jogos de computador mais vendidos de todos os tempos.
John Riccitiello, presidente-executivo da Electronic Arts, só tinha uma esperança de quebrar o domínio de Modern Warfare 2 sobre os atuais adeptos dos jogos de combate: a DICE, uma produtora de videogames de Estocolmo adquirida pela companhia dele em 2006.
Até cinco anos atrás, a série de videogames Battlefield, da companhia sueca, vinha muito bem no mercado. O adepto sério de jogos de combate em computador certamente era usuário dos jogos Battlefield, por volta da metade da década passada. Mas a Activision contra-atacou e tomou o mercado de assalto. Ao transferir a ação de sua série Call of Duty da Segunda Guerra Mundial para a era contemporânea, a companhia tornou os jogos muito mais atraentes para grande número de jogadores.
Os jogos da série Call of Duty incluíam um componente offline robusto, permitindo que os jogadores avançassem por uma linha narrativa roteirizada, cercados por inimigos e camaradas de armas gerados pelo computador, enquanto os jogos Battlefield, mais populares, haviam sido criados essencialmente para uso online contra adversários reais. Os jogadores de Call of Duty tinham a capacidade de construir uma identidade online persistente, de modo a que seus soldados se tornassem mais capacitados e mais mortíferos com o passar do tempo; já no caso de Battlefield, um jogador começava cada nova partida quase sempre com o mesmo conjunto básico de características.
Com o lançamento de Bad Company 2, a série Battlefield conseguiu se equiparar aos jogos Call of Duty, ou superá-los, em cada uma dessas áreas.
Para começar, a modernidade. Ambas as séries na verdade oferecem ambientes fictícios altamente semelhantes. Em ambas, o jogador tem à sua disposição um soldado ocidental cuja missão é confrontar uma ameaça oriunda da antiga União Soviética.
Mas Bad Company 2 oferece aos jogadores uma gama muito mais ampla de material militar moderno, o que inclui tanques, helicópteros, Humvees e outros veículos. O mais importante é que o ambiente virtual em Bad Company 2 é muito mais amplo e variado do que o de Modern Warfare 2 ¿e embora não ofereça roteiros tão detalhados ou comparáveis em duração à narrativa principal do concorrente, a narrativa de Bad Company 2 é muito mais efetiva. Os personagens do novo jogo ¿o soldado interiorano, o piloto de helicóptero, o sargento veterano- são desbocados, excêntricos e em geral hilariantes. Em contraste, os personagens de Modern Warfare 2 são todos sóbrios, quase ranzinzas. Guerras são certamente um assunto dos mais sérios, mas os personagens de Bad Company 2 parecem estar se divertindo muito mais.
Por fim, o sistema da DICE agora ajustou os componentes persistentes para role playing online, oferecendo aos usuários múltiplas maneiras de promover o avanço de seus personagens e de conquistar reconhecimento junto a outros usuários em todo o mundo.
Uma nota técnica final para os consumidores: Bad Company 2 é um jogo que requer um computador pessoal poderoso, em lugar de um console, para que possa ser plenamente apreciado. Joguei com um poderoso computador equipado com processadores AMD, e com isso obtive alguns dos melhores visuais que já contemplei em um jogo de combate. Além disso, e talvez mais importante, a máquina da AMD veio com uma placa de vídeo ATI Radeon HD 5870 capaz de acionar até três monitores ao mesmo tempo.
A experiência de jogar com três monitores, dada a visão periférica que isso propicia, foi uma verdadeira revelação. Vou continuar a usar com entusiasmo máquinas acionadas por processadores Intel e placas Nvidia, mas dificilmente pretendo retornar ao uso de apenas um monitor.
Quanto à batalha entre os jogos de combate, melhor que o tiroteio continue. São os jogadores que estão colhendo os benefícios dessa corrida armamentista entre a Activion Blizzard e a Electronic Arts. E por enquanto Bad Company 2 domina o campo de batalha.
Bad Company 2 é melhor do que jogo concorrente
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