sexta-feira, 14 de maio de 2010

Jogo eletrônico quer fazer crianças entenderem propagandas

Com partidas simples e com um forte didatismo, o jogo eletrônico Admongo quer ensinar as crianças, por meio de técnicas bem lúdicas, a reconhecerem e interpretarem corretamente as diversas propagandas às quais elas -- e todos nós -- estão sujeitas.

Não se trata de um jogo avançado tecnicamente. Os gráficos são simples, semelhantes aos de jogos vistos na década de 1980 e não há elementos como tiroteios, alienígenas, roubo de carros ou coisas do tipo.

Desenvolvido sob a supervisão da Federal Trade Commission, área independente do governo dos Estados Unidos, o Admongo busca instruir crianças de 8 a 12 anos sobre as diferentes nuances do marketing, mostrando quais os objetivos de propagandas em pontos de sites, revistas, outdoors, ônibus, jornais e outros meios.

Todos os anúncios apresentados são ficcionais e o jogador é convidado a responder a três diferentes perguntas sobre eles, como "quem é responsável pelo anúncio", "o que a propaganda quer dizer" e "o que ela quer que você faça", explica o site Switched. A cada resposta dada corretamente, ganham-se pontos, que são acumulados nas diversas fases do jogo.

Segundo o site Slate, ao desconstruir as propagandas, o Admongo funciona como um exercício escolar, de forma que os pequenos são levados a entender as estratégias, as questões psicológicas, demográficas e os objetivos dos anunciantes. Não é um jogo emocionante, porém servir de substituto às tediosas aulas explicativas sobre o assunto.

Embora tenha cunho educativo -- o conteúdo é útil até mesmo para adultos -- o jogo tem seus opositores. Há reclamações que vão desde a inclusão da agência de relações públicas Fleishman-Hillard no desenvolvimento do Admongo até protestos de que o jogo eletrônico não é suficientemente crítico em relação à ampla quantidade de propagandas da sociedade americana -- o que, teoricamente, seria uma consequência de ter a Fleishman-Hillard envolvida no processo.

Além disso, os defensores do fim de anúncios direcionados às crianças alegam que ensiná-las as técnicas de marketing não resolve o problema. "Propagandas visam emoções, não lógica. Você pode saber que é manipulado, mas mesmo ainda continuará a ser manipulado. As pessoas falam que as crianças de hoje estão experientes com a mídia, mas isso somente significa que elas reconhecem uma série de marcas", reclama Susan Linn, fundadora da Campanha para uma Infância Livre de Comerciais. Para Linn, a solução ideal seria banir todo o tipo de comercial direcionado ao público infantil -- postura já adotada por países como a Suécia e a Noruega, onde são proibidas propagandas para crianças menores de 12 anos.

Mais informações
www.admongo.gov

Jogo eletrônico quer ensinar técnicas de reconhecimento de propagandas às crianças
Jogo eletrônico quer ensinar técnicas de reconhecimento de propagandas às crianças

Especial para Terra

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