quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Games para smartphones é dilema para fabricantes tradicionais

A explosão no mercado de videogames para smartphones apresenta um dilema para as fabricantes dos tradicionais consoles: juntar-se a tendência de games para aparelhos móveis que ameaça seus negócios ou esperar que a rica experiência dos videogames tradicionais irá superar a conveniência do jogo portátil.

A três maiores fabricantes de consoles, Nintendo, Microsoft e Sony, têm batalhado para atrair novos consumidores, ao mesmo tempo mantendo clientes antigos.

Uma das principais apostas desse mercado de 60 bilhões de dólares para seduzir um novo público são os sistemas de controle de movimento.

Mas ainda assim a novidade deve pouco amenizar a queda de 5 por cento, para 50 milhões de unidades, esperada para as vendas de 2011, segundo o grupo de estudos iSuppli.

Embora os consoles tradicionais -O PlayStation 3 da Sony, o Xbox 360 da Microsoft e o Wii da Nintendo- continuam sendo a principal fonte de lucro da indústria, os jogos de smartphone dispararam após aparecerem pela primeira vez no iPhone da Apple.

O grupo de estudos Gartner espera uma alta de 19 por cento, para mais de 5,6 bilhões de dólares, na receita global com videogames de smartphone este ano, e prevê um crescimento para 11,4 bilhões em 2014.

A empresa estima que até 80 por cento de todos os aplicativos baixados em celulares hoje sejam de jogos.

"Jogar games em smartphones é uma prática que foi adotada pelo consumidor muito mais rapidamente que jogos de celular normais, e está tomando mais tempo do consumidor, o que significa que menos tempo está sendo dedicado a um aparelho específico para games", disse o analista-sênior da ScreenDigest, Ed Barton.

Pesquisadores da iSuppli afirmam que as vendas de celulares para jogos devem crescer 11,4 por cento, para 1,27 bilhão de unidades, este ano.

Já o mercado de consoles para videogames permanece estável, com previsão de crescimento de apenas 0,2 por cento, pra 52,3 milhões de unidades, em 2010. Videogames portáteis, por sua vez, devem registrar queda de 2,5 por cento, para 38,9 milhões.

A Sony, fabricante do Playstation Portable (PSP), afirma não se sentir ameaçada.

"É uma experiência (de jogo) menos rica e interessante", disse o chefe da Sony Computer Entertainment na Europa, Andrew House, durante a feira de videogames Gamescom, acrescentando que a experiência de jogar videogames em smartphone é muito limitada para o usuário.

Já o chefe alemão da Nintendo, fabricante dos portáteis Gameboy e DS, além de criadora da clássica série Super Mario, deu resposta semelhante, dando como exemplo novos aparelhos como a versão 3D do DS, que oferece uma experiência de jogo muito mais rica que qualquer smartphone.

Única das fabricantes de consoles a não ter um modelo portátil em sua linha, a Microsoft, por sua vez, já entrou na onda dos games para smartphone.

Reuters

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