quinta-feira, 14 de agosto de 2008

NEX: VP da BigN diz que Brasil é alvo em potencial

A Nintendo, uma das maiores e mais tradicionais empresas de games do mundo realizou nesta quarta e quinta-feira na Cidade do Panamá, no Panamá, a Nintendo Experience (NEX 2008), evento que reuniu os desenvolvedores de jogos e acessórios para mostrar ao público da América Latina quais são as novidades para o final do ano.

Em entrevista exclusiva ao Terra, a Vice-Presidente de Vendas e Marketing da Nintendo, Cammie Dunaway falou sobre o potencial do mercado brasileiro, os problemas com a pirataria e o papel da indústria de videogames como agregador de pessoas.

Como a Nintendo vê o mercado brasileiro de games?

Primeiramente, vemos o Brasil como uma grande oportunidade. Pelo tamanho do mercado, pelo crescimento que ele vem mostrando nos últimos anos e pelo número grande de pessoas interessadas em aparelhos eletrônicos e entretenimento. Então para a Nintendo, o Brasil é um grande alvo que precisa ser trabalhado.

Ainda assim, não há quase nenhum título dos games da Nintendo traduzidos para o português. Há alguma estratégia da empresa para atender este público?

Essa questão da adaptação dos jogos é bastante complexa para a Nintendo. Uma coisa que levamos muito em consideração quando adaptamos um jogo japonês para os EUA, por exemplo, é ter a certeza que que o grupo de desenvolvedores realmente entende aquele mercado, aquele grupo de pessoas. Não se trata de fazer apenas uma simples tradução. Tivemos bastante sucesso nas nossas adaptações de games para o mercado francês e para o mercado que fala espanhol. Todos os lançamentos que temos até o fim do ano têm essas línguas. Eu vejo isso como um passo para que, no futuro, isso possa acontecer também com o mercado brasileiro.

No Brasil, o preço dos consoles ainda é muito caro se comparado aos Estados Unidos, ou mesmo ao Panamá. Por que isso acontece? Existe alguma medida da Nintendo em relação a isso?

Isso se dá principalmente pela grande quantidade de impostos que o Brasil cobra pela importação de eletrônicos em geral. Isso é algo que precisamos resolver, já que um dos principais pontos de sucesso da Nintendo é fazer produtos que possam ser acessíveis a um grande grupo de consumidores. Nossa intenção é de que no Brasil seja assim também.

Os últimos lançamentos da Nintendo têm focado a família, com jogos onde mesmo quem nunca pegou um controle de videogame pode se divertir. O que vocês têm planejado para aqueles "hardcore gamers", jogadores acostumados a outro tipo de jogo, mais elaborado?

Nossas equipes de criadores de Mario e Zelda, por exemplo, estão trabalhando juntas no Japão, desenvolvendo novos jogos destas franquias. Além disso, estamos trabalhando cada vez mais próximos dos nossos parceiros, para assegurar que tenhamos jogos para todo o tipo de jogadores. Desde os mais habilidosos até os que jogam por diversão, em casa, com a família.

A indústria do entretenimento de um modo geral tem passado por uma crise nos últimos anos, impulsionada principalmente pela pirataria. O que a Nintendo faz para tentar conter esse problema?

A pirataria é uma grande preocupação. Aqui na América Latina estamos lutando contra a pirataria há mais de 20 anos. Nós tentamos combatê-la de duas formas principais: tanto no desenvolvimento dos games, tentando criar mecanismos que impeçam as cópias, quanto na educação. As pessoas têm que saber que quando se compra um produto pirata você está lesando o artista que criou aquilo. Isso a indústria fonográfica, por exemplo, precisa aprender: a conscientizar as pessoas sobre a qualidade dos produtos e serviços - inferiores quando se compra algo pirata - mas acima de tudo, fazê-las entender o dano que elas causam a quem cria aqueles produtos que elas amam.

Como a senhora vê o sucesso do Wii em países como o Brasil, por exemplo, onde há praias, as pessoas praticam esportes, etc. Por que esse fascínio em se movimentar em frente a uma TV, muitas vezes fazendo atividades que poderiam ser feitas ao ar livre?

Porque é divertido! As pessoas sempre gostaram de jogar juntas, seja futebol, seja Guitar Hero. É gostoso assistir a outras pessoas jogando, participar com elas, torcer.

E a senhora também joga? Quais são seus títulos favoritos?

No momento estou me divertindo com o WiiFit. Mas adoro o Mario Kart e a série Rayman Rabbits. Acho muito engraçado, dou muitas risadas jogando. Já no Nintendo DS gosto dos jogos de raciocínio, como BrainAge, já joguei um pouco de Pokémon e Animal Crossing também. Tento experimentar um pouco de tudo o que é lançado.

E o que os fãs brasileiros podem esperar da Nintendo nos próximos meses?

Tanto os nossos jogos, como os produtos dos nossos parceiros trarão muita diversão para todos os tipos de pessoas. Queremos unir as pessoas. Então esperem novos tipos de jogos, desde os mais complexos até os mais divertidos, para que todos joguem juntos e se divirtam juntos.

O jornalista Thiago Kaczuroski viajou a Cidade do Panamá a convite da Nintendo.

Para executiva, Brasil é um grande alvo que precisa ser trabalhado
Para executiva, Brasil é um grande alvo que precisa ser trabalhado

Redação Terra

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