quinta-feira, 12 de junho de 2008

Viciado em games não é um "nerd" tímido, diz pesquisa

Jogar videogames por horas a fio pode ser prejudicial à saúde, mas de acordo com um estudo australiano, não significa que o jogador seja um "nerd" solitário nem vai prejudicar suas habilidades sociais.

De acordo com o estudo do psicólogo Daniel Loton, 15% de 621 adultos que responderam a uma pesquisa online foram identificados como "jogadores problemáticos", ou viciados, que gastam mais de 50 horas por semana envolvidos com games. Mas apenas 1% desses jogadores parecia ter poucas habilidades sociais, especificamente timidez, disse o psicólogo. Isso contradiz o estereótipo do jogador de videogame como um ser solitário e que acaba viciado em games por não conseguir socializar.

"Nossas descobertas sugerem que jogar não causa problemas sociais, e que problemas sociais não estão levando as pessoas a jogarem videogame", disse Loton, da Universidade de Victori, de acordo com a agência Reuters. "O importante é que mesmo jogadores considerados problemáticos não mostram sinais significativos de baixa auto-estima ou problemas de socialização", completou.

Segundo Loton, as características que podem definir um jogador problemático incluem uma preocupação excessiva com os jogos - quando o tempo excessivo jogando afeta o trabalho, o sono e as relações mais próximas - e a dificuldade de parar de jogar.

Estes jogadores problemáticos costumam estar mais envolvidos em jogos de RPG online do tipo Ultima Online e World of WarCraft, que somam mais de 10 milhões de usuários inscritos ao redor do mundo segundo a pesquisa.

As descobertas apareceram depois que a American Medical Association (AMA) apontou jogadores de RPG online como pessoas que encontram dificuldades para interagir com a sociedade na vida real. A AMA pretende ainda incluir a dependência de jogos online na lista de doenças mentais do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, em sua atualização para 2012.

Loton diz que adicionar o vício por games online à lista de distúrbios mentais ainda está longe de acontecer e que é preciso checar até que ponto o jogo seria responsável por problemas causados à vida das pessoas como acontece com o alcoolismo ou uso de drogas, por exemplo.

Redação Terra

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